MEU FILHO!

Ele estava muito cansado.
O suor escorria pelos seus cabelos e as roupas pesavam.
A estrada era poeirenta e ele não sentia nenhuma brisa.
Era quase meio dia.
Os pés ardiam. As correias das sandálias pareciam encolher com o sol abrasador.
A boca estava seca.
Liz Lemon Swindle Mary's Heart Limited Edition Canvas #LizLemonSwindle #Inspirational. And it came to pass, as the angels were gone away from them into heaven, the shepherds said to one another, Let us now go even unto Bethlehem, and see this thing which has come to pass, which the Lord hath made known unto us. And they came with haste, and found Mary, and Joseph, and the babe lying in a manger.
Ele podia sentir todo o cansaço que a longa caminhada trouxera.

Mas, de repente, lembrou-se para onde estava indo.
E um largo sorriso se abriu em sua face.
O ânimo voltou, e a lembrança daquele rosto querido aqueceu seu coração.
Ele queria chegar logo.
Apressou o passo.
Olhando para o céu de um azul profundo e brilhante, viu o Pai e já não se sentiu mais só.
Ao longe já podia avistar a casinha humilde.
Quase correndo, numa alegria juvenil, chegou à porta e chamou:
- Mãe?
Os passos apressados daquela pequenina mulher se fizeram ouvir de dentro da casa onde podia sentir um frescor quase surpreendente.
- Filho! Filho, que saudade!
Ela correu para ele e o abraçou forte, embora pequenina. Ele abaixou-se e sentiu o calor fresco daquele corpo tão conhecido, tão amado.
- Mãe!
- Entra, Filho. Tenho uma botija de água fria e fresca e fiz um almoço especial. Entra, filho. Chega até aqui.
- Mas, espera! Antes, antes de tudo, me deixa lavar os teus pés. Sente esta água fresca na bacia? Deixa-me massagear os dedos doloridos, o calcanhar crestado pelas caminhadas. Deixa-me refrescar esses pés adorados. Deixa-me enxugá-los e beijá-los até me cansar. Tenho tâmaras também, filho! Vem, agora, e come, e mata sua sede aqui, bem pertinho de mim.
Ela falava quase sem parar, embora sua voz fosse doce e calma.
- Está cansado, Filho? Vem, repousa tua cabeça em meu colo e deixa-me acariciar teus cabelos. Parece que foi há tanto tempo, Filho. Mas nunca, nunca, vou me esquecer dos teus cabelos macios e da sensação de cálido amor que tenho ao deslizar meus dedos sobre eles.
- Ah, meu filho. Descansa e dorme que eu velo por ti. Eu ficarei aqui, olhando para teu rosto e guardando cada pequeno detalhe...
As horas passaram tão rápido...
O sol se pôs e a noite começou a cair lentamente num céu alaranjado, avermelhado como fogo, sobre esparsas nuvens. Estrelas começaram a surgir.
Ele então despertou e disse:
- Mãe. Tenho que ir. Chegou a hora, Mãe.
- Oh, Filho, não podes ficar? Só mais um pouco?
- Não, Mãe.
Ele beijou os cabelos daquela pequenina mulher e mais uma vez sentiu o perfume, o qual aspirou profundamente.
- Eu entendo, Filho. Eu entendo. Meu espírito entende, mas meu coração sangra. Meus olhos choram. Mas eu te despeço. Vai, Filho. Faze o que tens de fazer. Mas, espera! Só mais um abraço, Filho. Só um último beijo de despedida.
Foi a vez dela acariciar novamente, mais uma vez, uma última vez, aqueles cabelos. Ele havia se ajoelhado para ficar mais perto dela, para melhor sentir seu perfume, para o abraço ser mais completo.
Beijou-a e mais uma vez se despediu.
- Adeus, Mãe.
- Adeus, meu Filho! Respondeu ela.
E ele saiu. Sem olhar para trás, até que a ouviu correr atrás dele e dizer:
- Jesus! Espere! Leva este bolo de mel que fiz para você e seus discípulos. Quase me esqueci!
As lágrimas rolavam pela face dela, uma expressão de dor atravessou rapidamente aquele rosto amado, enquanto o ouvia dizer:
- Obrigado, Mãe. A Deus.
- A Deus Filho. Meu Senhor! Meu Redentor!

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