FEMINISMO

FEMINISMO 3ª PARTE
Conseguimos....E agora?

Continuando nosso bate-papo sobre o feminismo, quero dizer que tenho ouvido muitas mulheres dizer: “Ah, eu nunca poderia ficar em casa em tempo integral; isso me deixaria louca!”. Então, quando paro para analisar os fatos , verifico que o desejo de trabalhar fora na verdade tem a ver com coisas que não estão estritamente ligadas ao trabalho. Sabe por quê? Porque a maioria com quem converso não tem carreira muito ambiciosa. Ou seja, são secretárias, professoras, assistentes sociais, recepcionistas, enfermeiras etc. E, portanto, carreiras, ou melhor, trabalhos, que não levam necessariamente a um patamar muito alto em termos de ascensão profissional ou  grandes salários.,
Então podemos eliminar a questão “subir na vida” ou ganhar muito dinheiro trabalhando. Agora analisemos os argumentos: “Bem, ir ao trabalho me estimula a vestir-me bem, sair de casa, falar com pessoas”. Eu ouço isso muitas vezes. Mas também chego à conclusão de que vestir a melhor roupa por semanas a fio, sapatos altos e ficar presa dentro de quatro paredes deprime também. E muito. Isso sem contar o trânsito, é claro. É óbvio que a dona de casa não se veste assim todos os dias, mas ela pode, sim, estar sempre apresentável , ir ao cabeleireiro e fazer as unhas, além de vestir-se de uma forma que não deixaria corada uma visita inesperada. Além disso, se você tem um bom casamento, é para o seu marido que você tem que estar bonita, e não para estranhos, não é mesmo? E colegas de trabalho não são as únicas pessoas com quem se pode socializar. Talvez o que elas precisem seja encontrar uma maneira diferente de fazer contatos e encontrar um grupo de amigos interessante. Agora, acredite em mim, minha querida. Eu sei! Fui executiva por anos e anos a fio. E não existe essa de glamour depois de alguns anos. Existe sim, um enorme cansaço. Igualzinho àquele que você sente em casa!
Outras argumentam que precisam trabalhar fora por dinheiro. Curiosamente essas são muitas vezes as mulheres que trabalham em empregos não tão bem remunerados assim. Enquanto seus maridos, sim, é que trabalham em empregos mais agradáveis, com bons salários. Depois de pagar a creche ou a babá, deduzir os custos diários de viagem ida e volta ao trabalho, as despesas com roupas e sapatos, a empregada etc.  não sobra muito prá você, não é mesmo?
 É claro que para algumas famílias esse pouco pode ser tudo o que lhes permite pagar o aluguel ou a hipoteca, mas para várias delas, depois da dedução de todas as despesas, é perfeitamente possível  ficar sem. A paz, a estabilidade, a tranqüilidade e o ritmo de vida menos estressado que se ganha quando a mãe fica em casa vale a pena, mesmo que isso signifique viver de forma mais simples, reduzindo os custos.
Outro argumento: o que importa não é a quantidade, mas a qualidade. E eu insisto ainda: você não pode planejar momentos especiais com a sua família. Você não pode dizer: “Ok, eu termino o trabalho às 6h00, chego a casa às 7h00 e, depois fico com as crianças e terei realmente um tempo de qualidade com elas. Isso não existe. Não dá prá “compensar” o tempo que se está longe dos filhos. Não dá prá adiar certas coisas. Agora que estou em casa com meus netos, quando correm prá mim dizendo: “Vovó, machuquei o joelho!” ou “Vovó, não foi legal na escola hoje, aquele menino riu de mim de novo”. Eu estou ali, presente, beijando joelhos machucados e corações feridos.  Um relacionamento é construído dia a dia, dentro do ritmo diário de tomar café da manhã, levar ao parquinho ou à brinquedoteca, almoçar, levar à escola e conversar bastante pelo caminho – normalmente vou à pé – estar em casa com um sorriso e um bolo enormes quando chegam, uma vidinha repleta de momentos espontâneos e incertos quando a criança chega para pegar nossa mão ao se sentir ameaçada pelo cachorro do vizinho, quando corre para contar que a D. Formiga está levando o “papá” para a casinha, ou te entrega uma flor toda amassada. Coisas como essas não podem ser agendadas com antecedência. Elas são vividas momento a momento, dia a dia.

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